
MINHA ABORDAGEM
A reciclagem criativa se tornou o coração do meu processo criativo.
Em um mundo saturado de materiais, desperdício e produção excessiva, escolhi fazer da arte um espaço de reinvenção.
Eu recupero, coleciono, separo. Telas de arame, plástico, redes, às vezes tecidos industriais improváveis... tantas matérias-primas que eu desvio para dar-lhes uma segunda vida.
Onde outros veem desperdício, eu vejo linhas, texturas e volumes para explorar.
Criar dessa maneira também é minha maneira de questionar nossos tempos:
O que é beleza hoje? O que fazemos com o que jogamos fora? Podemos consertar o mundo através da arte?
Meus vestidos esculturais nascem da tensão entre fragilidade e força, entre aspereza e elegância.
Elas contam histórias de transformação, identidade, feminilidade e comprometimento. Minhas criações não são apenas uma representação do vestuário feminino em si.
Elas também se referem às restrições sociais que as mulheres enfrentam. O uso da tela metálica como material principal em meu trabalho representa a força da feminilidade e a proteção que ela exige.
Meu estúdio é um laboratório poético, um lugar onde o desperdício se torna linguagem e onde o inútil se torna trabalho.